Um caso revoltante de maus-tratos a animal chocou moradores de Pendotiba, em Niterói, nesta semana. Uma cadela comunitária foi brutalmente ferida ao ser atingida por uma flecha disparada por uma balestra — arma de origem medieval usada em combates — na Estrada do Chibante.
Embora viva nas ruas, a cadela é cuidada por uma moradora da região, que diariamente fornece alimentação, água e um abrigo improvisado. O animal foi encontrado ferido e com dificuldades para se mover. Graças à rápida mobilização da comunidade, a cadela foi socorrida e seu estado de saúde é considerado estável.
O uso de uma balestra nesse tipo de crime chamou a atenção das autoridades e especialistas. A balestra, também conhecida como besta, é uma arma de disparo mecânico, desenvolvida originalmente para atravessar armaduras em batalhas.
O projétil disparado — chamado de virote — é curto, pesado e pode atingir velocidades superiores a 400 km/h, dependendo do modelo. O impacto, portanto, pode causar ferimentos graves ou até fatais, mesmo em alvos protegidos.
A 79ª DP (Jurujuba) instaurou inquérito para apurar o crime. Equipes da Polícia Civil estão colhendo informações com moradores da área e analisando imagens de câmeras de segurança instaladas em estabelecimentos e residências da região.
O objetivo é identificar o autor do disparo e entender a motivação do ataque. A colaboração da população é considerada fundamental para o avanço das investigações.
A agressão configura crime de maus-tratos conforme o artigo 32 da Lei Federal nº 9.605/98, que prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. Em 2020, a legislação foi reforçada com o aumento das penas para quem comete violência contra cães e gatos, refletindo a crescente preocupação da sociedade com a proteção dos animais.
Moradores da região continuam mobilizados e esperam por justiça, não apenas pelo sofrimento da cadela, mas também como um alerta sobre a gravidade dos maus-tratos e a necessidade de responsabilização dos agressores.