Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que seis em cada dez apostadores brasileiros usaram plataformas de apostas ilegais em 2025. Vale lembrar que a regulamentação do setor está em vigor desde o dia 1º de janeiro de 2025 e determina que apenas operadores licenciados podem atuar legalmente no país, com obrigações tributárias, normas operacionais e diversos mecanismos de proteção ao apostador.
Apesar dessa regulamentação, a pesquisa apontou que 61% dos entrevistados itiram ter feito apostas em bets irregulares neste ano, muitas vezes, sem consciência dos riscos envolvidos. O estudo foi feito em abril e maio com 2 mil apostadores adultos.
O levantamento estima que entre 41% e 51% do mercado brasileiro de apostas ainda esteja na ilegalidade. A atividade dessas plataformas irregulares reflete um impacto fiscal alarmante: entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,7 bilhões deixaram de ser arrecadados em apenas três meses, o que pode chegar a R$ 10,8 bilhões em um ano.
Além disso, o estudo revelou que 78% dos entrevistados consideram difícil distinguir sites legais dos ilegais, 72% afirmam que nem sempre conseguem verificar a regularidade das plataformas e 46% já depositaram dinheiro em uma plataforma posteriormente identificada como falsa ou irregular.
De acordo com o Instituto Locomotiva, as pessoas de menor renda e escolaridade são as mais atingidas, porque desconhecem os mecanismos de proteção das plataformas regulamentadas. O Instituto Locomotiva observa que entre as táticas utilizadas por operadores ilegais estão "o uso de nomes semelhantes aos de marcas legalizadas, mudanças frequentes de domínio e publicidade desregulada por meio de influenciadores digitais, com promessas enganosas de lucro fácil".
Os dados também mostram que 87% dos apostadores defendem que o poder público atue de forma incisiva contra plataformas de apostas irregulares.
Sites autorizados pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA), do Ministério da Fazenda, devem obrigatoriamente utilizar o domínio “.bet.br”. Os sites de apostas legais também adotam um sistema rígido de cadastro, que exige reconhecimento facial para impedir o o de menores de 18 anos, além do envio de documentos e demais checagens que identifiquem o apostador.
Além disso, eles também oferecem a possibilidade de estabelecer limites de perdas financeiras e tempo de jogo, além de mecanismos para detectar comportamentos de risco do apostador e enviar alertas. Permitem apenas transações via Pix e débito da conta do titular do cadastro. Não aceitam cartões de crédito nem criptomoedas. As plataformas oficiais oferecem mecanismos de autoexclusão para os apostadores.
"A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda reforça que apenas empresas autorizadas podem explorar apostas de quota fixa no Brasil. Sites que operam sem autorização atuam de forma ilegal e estão sujeitos a sanções istrativas, cíveis e criminais.
A SPA tem adotado medidas para coibir essas práticas, como a derrubada de mais de 13 mil sites de apostas ilegais, o monitoramento e repressão de transações financeiras com operadoras não autorizadas e a articulação com plataformas digitais para restringir a veiculação de mensagens publicitárias e conteúdos orgânicos vinculados a sites irregulares." Disse o Ministério da Fazenda.